Se existe um lugar no Brasil que é sinônimo de paraíso, esse lugar é o Nordeste. Com um litoral que se estende por mais de 3.000 quilômetros, a região é um mosaico de paisagens deslumbrantes, onde falésias coloridas encontram o mar de águas mornas, coqueirais se perdem no horizonte e a cultura vibrante acolhe a todos de braços abertos. Não é à toa que o Nordeste se reafirma consistentemente como o destino favorito dos turistas brasileiros, uma verdadeira paixão nacional.

Mas com tantas opções espetaculares, surge a pergunta: quais são, de fato, as praias mais visitadas do Nordeste? A resposta vai além de uma simples contagem de visitantes. A popularidade de uma praia é uma combinação de fatores: a facilidade de acesso, a infraestrutura robusta, a fama nas redes sociais e, claro, aquela beleza que parece ter sido esculpida à mão.
Neste guia completo, vamos mergulhar nos destinos que conquistaram o coração dos viajantes. De potências turísticas com resorts para toda a família a refúgios rústicos que se tornaram objeto de desejo mundial, preparamos um roteiro detalhado para ajudar você a planejar sua próxima viagem. Vamos desvendar o que torna cada uma dessas praias tão especial, com dicas práticas sobre o que fazer, quando ir e como aproveitar ao máximo cada momento.
Entre As Praias Mais Visitadas Do Nordeste Estão:
Porto de Galinhas, Pernambuco: A Capital das Piscinas Naturais
Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, é uma verdadeira potência do turismo nacional e um dos destinos mais procurados do Brasil. Sua fama foi construída sobre um espetáculo da natureza: as incríveis piscinas naturais formadas por recifes de corais, que na maré baixa se transformam em aquários a céu aberto, repletos de peixes coloridos.
Por que é tão popular?
A combinação de três fatores torna Porto de Galinhas um sucesso absoluto: acessibilidade, infraestrutura e beleza natural. Localizada a apenas 60 km do Aeroporto Internacional do Recife, chegar aqui é rápido e fácil. Essa proximidade impulsionou o desenvolvimento de uma rede hoteleira completa, com resorts, hotéis e pousadas para todos os bolsos, tornando o destino uma escolha segura e confortável, especialmente para famílias com crianças.
O que fazer em Porto de Galinhas?
- Passeio de Jangada: A atividade mais clássica é o passeio de jangada até as piscinas naturais da praia da vila. É uma experiência icônica e imperdível.
- Praia de Muro Alto: Famosa por um imenso arrecife que forma uma gigantesca piscina de águas calmas, ideal para crianças e para a prática de esportes como caiaque e stand-up paddle. É aqui que se concentram muitos dos resorts de luxo da região.
- Pontal de Maracaípe: Conhecido como o “Caribe pernambucano”, é o ponto de encontro do rio com o mar. O pôr do sol aqui é espetacular, e o passeio de jangada para ver os cavalos-marinhos é um charme.

Dica Essencial: A Tábua de Marés
A sua experiência em Porto de Galinhas será definida pela tábua de marés. A beleza máxima das piscinas naturais só aparece na maré baixa, preferencialmente durante as luas nova e cheia. Planeje sua viagem consultando a maré para garantir que você veja o principal cartão-postal do destino em sua plenitude.
Jericoacoara, Ceará: O Charme Rústico que Conquistou o Mundo
Carinhosamente chamada de “Jeri”, esta antiga vila de pescadores se transformou em um dos destinos mais desejados do planeta. Suas ruas de areia, onde não há asfalto, preservam um charme rústico que hoje convive com pousadas boutique e restaurantes sofisticados. A paisagem é um espetáculo à parte, com dunas imponentes, lagoas de água doce e a icônica Pedra Furada.

Por que é tão popular?
Jeri construiu sua fama sobre uma aura de isolamento e exclusividade. Embora a inauguração do Aeroporto Regional de Jericoacoara (JJD) tenha facilitado o acesso, o trecho final da viagem ainda precisa ser feito em veículos 4×4, mantendo a sensação de aventura. É o equilíbrio perfeito entre o paraíso selvagem e o conforto moderno.
O que fazer em Jericoacoara?
A vida turística em Jeri é organizada em dois roteiros principais:
- Passeio Lado Leste: Leva a cartões-postais como a Árvore da Preguiça, a Praia do Preá e as famosas lagoas de águas cristalinas, como a Lagoa Azul e a Lagoa do Paraíso, onde redes submersas convidam ao relaxamento total. Locais como o Buraco Azul e o Lagun Beach também se tornaram paradas populares.
- Passeio Lado Oeste: Explora um lado mais selvagem, com paradas no Mangue Seco para observação de cavalos-marinhos e na Lagoa de Tatajuba, com suas dunas perfeitas para a prática de sandboard.
- Duna do Pôr do Sol: Assistir ao pôr do sol do alto da duna ao lado da vila é um ritual diário e uma experiência inesquecível.

Dica Essencial: Fique mais de um dia
Uma visita apressada não faz jus a Jericoacoara. Para vivenciar a magia do lugar, reserve pelo menos três dias inteiros para fazer os dois passeios principais com calma e ainda curtir a atmosfera única da vila.
Maragogi, Alagoas: O Famoso “Caribe Brasileiro”
Sabe quando um lugar ganha um apelido tão forte que a gente fica com um pé atrás, pensando se não é só marketing? Pois é, chamam Maragogi de “Caribe Brasileiro”. E a primeira vez que você pisa naquela areia branquinha, que parece até talco, e encara a cor daquela água, você entende na hora: não era exagero. Mas a verdade é que Maragogi tem um sotaque próprio, um calor que é puramente alagoano.
Veja Quais São as Praias Mais Baratas do Nordeste
A magia de Maragogi tem hora marcada, ehttps://viajar50.com/praias-baratas-no-nordeste/ quem manda é a lua. Tudo por aqui gira em torno da maré baixa, o momento em que o grande segredo do lugar é revelado. Você entra num catamarã e, aos poucos, a costa vai virando um risquinho no horizonte. Aquele trajeto de seis quilômetros mar adentro já é parte da experiência, uma preparação para o que está por vir.
E de repente, no meio do nada, o barco para. Você olha para baixo e não acredita: um imenso aquário natural, de um azul quase irreal, se abre sob seus pés. Aquelas são as famosas Galés.

Descer do barco e sentir a água morna nos joelhos, com a areia fina sob os pés, a quilômetros da praia, é uma sensação que foto nenhuma consegue traduzir. Você coloca a máscara de snorkel, mergulha o rosto e o mundo se transforma. É um silêncio gostoso, quebrado apenas pela sua própria respiração, enquanto cardumes de peixinhos prateados e coloridos passam por você sem a menor cerimônia, curiosos.
Maragogi não é só um lugar para tirar fotos incríveis (embora você vá tirar centenas). É um lugar para se reconectar, para entender por que aquela promessa de “águas translúcidas” é, na verdade, uma modesta descrição do paraíso. É o tipo de experiência que fica na memória, que te faz suspirar de saudade em um dia de trabalho e planejar a volta antes mesmo de ir embora. É o nosso Caribe, sim, mas com um tempero e um axé que só Alagoas tem.
Por que é tão popular?
A gente ouve falar em “Caribe Brasileiro” e na mesma hora a imaginação dispara, né? Essa fama não é à toa, ela funciona como um convite, uma promessa de paraíso que coloca Maragogi no mapa dos sonhos de qualquer viajante. E o legal é que chegar nesse sonho é mais fácil do que parece.
Pense nisso: Maragogi teve a sorte de nascer espremida entre dois presentes, bem no meio do caminho entre Maceió e Recife. Isso significa que você tem o poder da escolha. Seja vindo do agito cultural de Recife ou da beleza serena de Maceió, a estrada que te leva até aqui já é parte do passeio. Você vai vendo a paisagem mudar, o verde intenso dos coqueiros se multiplicando e o cheiro de maresia começando a tomar conta de tudo. É uma transição suave, que vai te desligando da correria da capital e te sintonizando no ritmo do litoral.
Quando você chega, percebe na hora: Maragogi inteira respira e vive em função do mar. A cidade entendeu seu tesouro e se moldou para compartilhá-lo da melhor forma. A orla não é só um lugar para caminhar, é o ponto de partida para a aventura, com seus barquinhos, lanchas e catamarãs coloridos esperando pacientemente a maré baixar.
Não é um turismo frio, industrial. Você conversa com o capitão da lancha, que te conta histórias do mar com um sotaque gostoso; o fotógrafo que te dá dicas de como posar com os peixinhos; o pessoal das pousadas que te trata pelo nome. Eles não estão só vendendo um passeio, eles estão compartilhando o quintal de casa deles.
É essa combinação que faz de Maragogi um lugar tão especial: a facilidade de chegar a um paraíso que, ao mesmo tempo, parece viver em um ritmo próprio, ditado pelo mar e por quem tem o privilégio de chamar aquele lugar de lar.

O que fazer em Maragogi?
- Mergulho nas Galés: A principal atividade é o passeio de barco até as piscinas naturais. As mais famosas são as Galés, mas outras como Taocas e Barra Grande também são belíssimas e, por vezes, menos cheias.
- Explorar as Praias da Orla: Maragogi tem 22 km de litoral. Praias como Antunes, Ponta de Mangue e Peroba são espetaculares, com águas calmas e coqueirais a perder de vista.
Dica Essencial: Expectativa vs. Realidade
Deixa eu te contar um segredo, talvez a dica mais valiosa que alguém pode te dar sobre Maragogi, e que vale ouro. Antes mesmo de olhar a passagem, antes de sonhar com a pousada, você precisa se tornar amigo de uma coisa: a tábua de marés. Ela vai ser a sua bíblia, o seu mapa do tesouro. Acredite em mim.
Porque, veja bem, as Galés não estão simplesmente lá, esperando por você o tempo todo. Elas aparecem. É na maré baixa, especialmente nas luas cheia e nova, que o mar recua, como se tomasse fôlego, e revela essas piscinas incríveis no meio do oceano. Ir pra lá na maré alta é como chegar a uma festa depois que a música acabou: você até está no lugar certo, mas perdeu o grande momento. A água vai estar no seu peito, e a magia de andar num aquário natural simplesmente não acontece.
E aí vem o segundo segredo, aquele que mexe com as nossas expectativas criadas pelo Instagram. Aquela cor, aquele “azul-piscina-que-não-parece-real”, é uma pintura feita a quatro mãos: a água absurdamente cristalina e a luz do sol.
Quando o sol está a pino, brilhando forte, ele entra na água como um holofote e acende o fundo do mar, revelando todos os tons de azul e verde que você possa imaginar. É de encher os olhos, de fazer a gente se sentir pequeno diante de tanta beleza. É a foto de capa, o momento que você sonhou.
Mas e se o dia amanhecer nublado? A beleza ainda está lá, não se engane. A água continua transparente, os peixes continuam nadando ao seu redor. Mas a cor é outra. É um azul mais sóbrio, mais profundo, quase introspectivo. Lindo também, mas diferente.
Então, o conselho de quem já viveu as duas situações é: planeje sua viagem pela maré, mas vá com o coração aberto para o que o céu te oferecer. O sol é um bônus, um presente espetacular da natureza. Se ele aparecer, você vai testemunhar uma das cenas mais vibrantes da sua vida. Se não, você ainda assim estará em um lugar único no mundo, sentindo a energia de um verdadeiro santuário.
Praia da Pipa, Rio Grande do Norte: Natureza Exuberante e Vibe Cosmopolita
Sabe quando você ouve falar de um lugar e pensa “preciso conhecer”? Pipa foi assim pra mim. É só dar um pulinho de Natal, coisa de uma hora e pouco de estrada, e de repente parece que você entrou em outro mundo, um lugar com uma pulsação diferente.
A primeira coisa que te pega, antes mesmo de pisar na areia, são as falésias. Elas não são só um detalhe no fundo da foto; são gigantes avermelhados, quase cor de fogo, que foram esculpidos pelo tempo e que se debruçam sobre o mar. Elas criam um contraste absurdo com o verde da mata lá em cima e os vários tons de azul do oceano aqui embaixo. É uma paisagem que tem uma força, um drama, que arrepia um pouco.

Passeio de Buggy na Praia do Pipa: Mais Informacões Aqui
Mas o que faz Pipa ser Pipa de verdade é a mistura de gente. É uma coisa impressionante. Você senta num café na rua principal e, na mesa ao lado, tem um surfista argentino trocando ideia com uma família de São Paulo. Do outro lado, um casal de europeus tenta decifrar o cardápio em português. Você ouve inglês, espanhol, francês, hebraico, tudo misturado com o sotaque gostoso do potiguar.
É essa a mágica do lugar. É um antigo vilarejo de pescadores que foi abraçado pelo mundo, mas que ainda guarda sua essência. É o ponto de encontro onde a natureza selvagem e imponente das falésias encontra uma energia vibrante, uma atmosfera de liberdade que te contagia. Pipa não é só um destino no mapa, é um estado de espírito.

Por que é tão popular?
Acho que a coisa mais maluca e fascinante de Pipa é que, na verdade, você vive duas viagens em uma só. Existem duas Pipas, e elas moram no mesmo lugar, no mesmo dia.
A Pipa da manhã é tranquila, tem cheiro de mar e de protetor solar. É um santuário. Você pega um barco ou simplesmente senta na areia da Praia do Madeiro, e o espetáculo começa. Não é uma questão de se você vai ver os golfinhos, é só uma questão de quando. Eles aparecem, saltando, brincando perto da costa como se estivessem te dando bom dia. Ver uma tartaruga marinha nadando tranquilamente ao seu lado é algo que acontece com uma naturalidade que te faz sentir um convidado especial da natureza.
Aí o sol começa a baixar, pintando as falésias com uma luz dourada. Você volta da praia com o sal na pele, o cabelo ainda úmido, e sente a mudança no ar. As luzes dos lampiões começam a acender.
É quando a outra Pipa acorda.
A Pipa da noite sobe o volume e ganha um brilho diferente. Aquela rua principal, a Avenida Baía dos Golfinhos, que de dia era só uma passagem charmosa, se transforma no coração pulsante da festa. A trilha sonora, que antes era o som das ondas, agora é uma mistura de forró, rock e música eletrônica que escapa dos bares. A conversa animada em todas as línguas toma conta do ar, junto com o cheiro de comida boa vindo dos restaurantes.
E o mais incrível é isso: a mesma pessoa que passou a tarde em silêncio, maravilhada com os golfinhos, é a que vai dançar até de madrugada. Pipa te permite isso. É um lugar para recarregar as energias com a natureza mais pura e depois gastá-las na mesma medida, celebrando a vida. É esse equilíbrio perfeito entre a paz e a festa que torna esse lugar tão inesquecível.
O que fazer na Praia da Pipa?
- Baía dos Golfinhos: Acessível apenas na maré baixa, é o lugar perfeito para nadar ao lado de golfinhos em seu habitat natural.
- Praia do Amor: Famosa por suas piscinas naturais em formato de coração vistas do alto das falésias e por suas ondas, que atraem surfistas.
- Passeios de Barco e Buggy: Explore a costa para ver os golfinhos de perto ou alugue um buggy para descobrir praias vizinhas e paisagens deslumbrantes.
- Curtir a Noite: A vida noturna é um dos pontos fortes. Jante em um dos excelentes restaurantes e depois aproveite os bares com música ao vivo.
Dica Essencial: Explore a Pé
A geografia da Pipa, com suas praias separadas por falésias, convida à exploração. Caminhe pela areia durante a maré baixa para descobrir enseadas escondidas e vivenciar a verdadeira essência do lugar.
Baía do Sancho, Fernando de Noronha: A Praia Mais Bonita do Mundo
Sabe quando a gente faz uma lista das praias mais famosas do Nordeste? A gente pensa em movimento, em barraca de praia, em gente. Mas aí tem Sancho. Falar do Nordeste e não falar de Sancho é como contar uma história pulando o capítulo principal.
Ela não é aquela praia que você simplesmente decide ir no fim de semana. Pelo contrário. Fica lá em Fernando de Noronha, um lugar que por si só já mexe com o imaginário da gente. E, pra ser sincero, ela nem é a praia mais cheia de gente; na verdade, está longe disso.
Aí você lê as matérias, vê as premiações ano após ano: “a praia mais bonita do Brasil”, “frequentemente a mais bonita do mundo”. A gente fica até meio cético, né? Será que é pra tanto? E, meu amigo, quando você chega na beira daquela falésia, olha para baixo e vê aquela cena pela primeira vez… você entende. É para tanto, e talvez seja até mais.
É aí que está o segredo. A força de Sancho não está no número de pessoas que pisam em sua areia, mas no número de pessoas que sonham em pisar. Ela não é a praia mais visitada; ela é a praia mais desejada. É a figurinha premiada do álbum, o destino que se torna um objetivo de vida. É um troféu, a recompensa final para quem se aventura a chegar até Noronha e a descer por suas famosas escadas. É impossível falar do que é mais popular sem falar daquilo que é o maior sonho de todos.

Por que é tão popular?
Imaginar a Baía do Sancho é uma coisa. Chegar lá e sentir o coração dar uma pequena pausa é outra completamente diferente. É como se a natureza tivesse guardado seu segredo mais bem-acabado para este cantinho do mundo, quase duvidando que alguém fosse capaz de encontrá-lo.
Muralhas imponentes, cobertas de vegetação, se curvam para abraçar a enseada, quase como se estivessem protegendo um tesouro. E que tesouro: uma faixa de areia tão dourada e macia que convida a gente a simplesmente deitar e esquecer do mundo.
O mar… ah, o mar de Sancho. Ele não é apenas azul; é um desfile de tons de turquesa e esmeralda, tão transparente que você não precisa de máscara para ver o balé de tartarugas e peixes coloridos dançando logo ali, nos seus pés.
Mas Sancho não entrega sua magia de bandeja. Há um ritual, uma pequena jornada que a torna ainda mais especial. A descida por aquela escada apertada, cravada dentro de uma fenda na rocha, é uma aventura por si só. Cada degrau é um misto de adrenalina e ansiedade boa, a promessa do paraíso logo abaixo.
Talvez seja isso, somado ao fato de que chegar a Noronha é o sonho de uma vida para muitos, que transforma a experiência. Sancho não é um lugar que você simplesmente visita; é um lugar que você conquista. Não é só sobre exclusividade, é sobre merecimento. É a recompensa por cada degrau descido, por cada centavo guardado. É a sensação de estar em um santuário, um lugar quase intocado, onde por um instante, você sente que faz parte de algo verdadeiramente surreal.
O que fazer na Baía do Sancho?
Quando você finalmente chega ao Sancho, a primeira coisa que acontece, quase por instinto, não é descer correndo. É parar. Lá em cima, no mirante que fica na beira da falésia, você tem o primeiro impacto, o momento em que o queixo cai e você entende o porquê de todas as fotos, prêmios e suspiros. É uma daquelas vistas que te deixam em silêncio por uns instantes, só tentando processar a perfeição daquilo tudo. Não tenha pressa aqui. Respire fundo, deixe a ficha cair. Essa imagem vai ficar com você para sempre.
Depois de se recuperar, é hora de mergulhar naquele paraíso. E eu não digo isso de forma figurada. A água é tão ridiculamente transparente que, da trilha, os barcos parecem estar flutuando no ar. A temperatura é um convite, um abraço morno. Você não precisa ser um mergulhador experiente; com um simples snorkel, você entra em outro universo.
É quase certo que em algum momento você vai cruzar com uma tartaruga marinha, gigante e serena, “voando” lentamente pela água perto de você. De repente, uma arraia desliza com elegância pelo fundo de areia, e uma nuvem de peixinhos coloridos, um verdadeiro confete vivo, te cerca sem o menor medo. Não é como estar em um aquário; é como se você fosse o visitante na casa deles.
E talvez a experiência mais rara e preciosa que Sancho te oferece seja a paz. Pode esquecer o “olha o queijo coalho!”, “aceita um açaí?”. Ali não tem nada disso. Por ser uma área de proteção máxima, é só você, a areia fofinha e o som do mar batendo suavemente. É o lugar para estender a canga, fechar os olhos e ouvir o mundo no seu ritmo original. É uma conexão forçada com a natureza, no melhor sentido possível. Você não sai de lá apenas relaxado; você sai de lá com a alma lavada.

Dica Essencial: Planejamento é Tudo
Acredite, eu sei como é: a gente vê uma foto do Sancho e a primeira vontade é largar tudo e ir correndo. Mas, para esse paraíso específico, a impulsividade pode gerar uma baita frustração. Deixa eu te dar o mapa do tesouro para que sua experiência seja perfeita, sem nenhum perrengue.
Primeiro de tudo, o seu “passaporte” para o Sancho: o ingresso do Parque Nacional Marinho (PARNAMAR). Esqueça a ideia de comprar na hora. A dica de ouro é comprar pela internet, no site oficial, com alguns dias de antecedência. A boa notícia é que esse ingresso vale por 10 dias e te dá acesso não só ao Sancho, mas a outras praias incríveis como a Baía dos Porcos, Sueste e Leão. Pense nele como a chave que abre várias portas do paraíso.
Agora, o segredo mais importante, o que define o seu dia: o ritmo da escadaria.
Aquela escada famosa fica dentro de uma fenda tão estreita na rocha que só passa uma pessoa por vez. Por segurança e para organizar o fluxo, o acesso é super controlado. Funciona mais ou menos assim: durante a maior parte da manhã, a escada opera apenas para descida. Depois, há uma janela de horário em que ela fica interditada, e, no período da tarde, ela funciona apenas para subida.
O que isso significa na prática? Significa que se você descer às 10h da manhã, você não poderá subir de volta às 11h. Você terá que curtir a praia e esperar o horário de liberação da subida, que pode ser depois das 13h, por exemplo. Por isso, vá preparado para ficar algumas horas nesse santuário: leve água, lanche e protetor solar.
Dica de quem já viveu isso: Assim que chegar na entrada da trilha, vá direto ao PIC (Posto de Informação e Controle) e pergunte ao fiscal do ICMBio os horários exatos da escada para aquele dia. Eles mudam, então essa informação fresca é crucial para você programar seu mergulho e sua volta sem estresse.
Pode parecer um monte de regrinhas, mas acredite: elas existem para proteger esse lugar único no mundo e para garantir que a sua única preocupação por lá seja decidir qual dos infinitos tons de azul do mar é o seu favorito.
Outros Tesouros do Nordeste que Você Precisa Conhecer
Além dos gigantes do turismo, o Nordeste está repleto de outras praias incríveis que atraem milhares de visitantes todos os anos.

- Praia dos Carneiros (Pernambuco): Tem lugares que são bonitos. E tem lugares que parecem uma pintura, uma cena que, de tão perfeita, a gente custa a acreditar que é real. Essa é a primeira sensação em Carneiros.
- O coração daquela paisagem, a imagem que todo mundo leva na memória, é a Capelinha de São Benedito. Pequenina, branca, com suas janelas verdes, ela fica ali, plantada na areia, a poucos passos do mar, com os coqueiros se curvando ao seu redor. É uma imagem que desarma. Não importa sua religião, você sente uma paz, uma vontade de falar baixo, de sentar na areia e apenas… olhar. Ela transforma uma praia lindíssima em um lugar com alma.
- Mas o encanto de Carneiros vai além. O segredo ali é o encontro do rio com o mar. Isso faz com que a água seja calma, quase sem ondas, e com uma temperatura deliciosa. Não é um mar para pular ondas; é um mar para flutuar, para relaxar o corpo e a mente, para deixar o tempo passar sem pressa.
- E para curtir tudo isso, a experiência em Carneiros te convida a desacelerar de verdade. O jeito mais comum de aproveitar o dia é escolher um dos charmosos restaurantes ou beach clubs que ficam ao longo da orla. Eles são como o seu oásis particular. Você não está só pagando por uma cadeira; está garantindo uma base, um ponto de apoio para passar o dia sem preocupações, alternando entre um mergulho nas águas mornas, uma caminhada até a capela e uma bebida gelada na sombra de um coqueiro.
- Carneiros não é sobre agito. É sobre contemplação. É sobre encontrar um cenário que parece ter sido cuidadosamente montado para te acalmar. É o verdadeiro significado de um cartão-postal: uma imagem tão perfeita que você quer guardar na memória e no coração para sempre.
- Morro de São Paulo (Bahia): A primeira coisa que te choca em Morro de São Paulo, no bom sentido, é o som. Ou melhor, a ausência dele. Não tem barulho de carro, de buzina, de motor. A trilha sonora da ilha é feita de conversas, de música que escapa dos bares e do barulhinho das rodas dos carrinhos de mão, que são o “táxi” oficial e o primeiro sinal de que você chegou a um lugar com um ritmo diferente.
- Morro não tem ruas, tem praias. E elas são numeradas, quase como se fossem bairros de um mesmo paraíso, cada um com sua própria alma.
- Quer sentir a ilha pulsar? Seu lugar é a Segunda Praia. Ali é o coração de Morro. De dia, a areia ferve com gente bonita, altinho, música e as barracas servindo bebidas coloridas. É o ponto de encontro, o lugar para ver e ser visto. À noite, essa mesma areia se enche de mesinhas, luz de velas e o som do luau que vai até de madrugada. É energia pura.
- Mas aí vem a mágica de Morro. Cansou do agito? É só começar a caminhar.
- Você passa pela Terceira Praia, que já é mais tranquila, e continua. Quando você pisa na Quarta Praia, o mundo muda. O barulho da festa some e dá lugar ao som do vento balançando os coqueiros. A multidão se transforma em um casal caminhando ao longe. Na maré baixa, o mar recua e revela piscinas naturais morninhas e cristalinas que parecem ser só suas. É o lugar para se desconectar de verdade, para ler um livro em paz, para boiar na água salgada sem pensar em absolutamente nada. Se continuar, a Quinta Praia te entrega um isolamento quase total.
- E a verdadeira experiência de Morro é essa. Você não precisa escolher entre a festa e a paz. Você pode ter os dois, no mesmo dia. Pode curtir o auge da energia baiana na Segunda Praia e, vinte minutos de caminhada depois, encontrar o seu próprio refúgio particular. Morro é um convite para você montar a sua própria viagem, no seu próprio ritmo, a cada nascer do sol.
- Canoa Quebrada (Ceará): Chegar em Canoa Quebrada é como entrar em um lugar que parou no tempo, mas de um jeito bom, sabe? Aquela energia meio hippie dos anos 70, que descobriu e se apaixonou por essa vila de pescadores, parece que nunca foi embora de verdade; ela ficou no ar, na brisa, no ritmo mais lento das coisas.
- A primeira coisa que você procura com o olhar, quase como um rito de passagem, é o famoso símbolo da lua e da estrela, vazado na falésia. É o portal de Canoa, a foto clássica que sela a sua chegada e te dá as boas-vindas àquela atmosfera tão única.
- Durante o dia, Canoa é um espetáculo de cores. As falésias têm um tom de laranja-avermelhado que muda com a luz do sol, formando uma muralha natural contra um mar verdinho e morno. É quase um ritual pular num buggy e ouvir a clássica pergunta do motorista: “com ou sem emoção?”. Correr por aquelas dunas e praias, com o vento forte no rosto, te dá a dimensão da imensidão e da beleza selvagem do lugar.
- Mas é quando o sol se põe que Canoa revela sua outra face, sua alma boêmia.
- A rua principal, que apelidaram carinhosamente de “Broadway” (um corredor de areia e paralelepípedos), se transforma. De dia, é tranquila. À noite, ela ferve. As luzes baixas dos bares se acendem, o reggae começa a tocar em um canto, o forró no outro. O cheiro de crepe, de espetinho e de frutos do mar se mistura no ar. Artesãos expõem seus trabalhos no chão, e você vê uma mistura de gente do mundo inteiro caminhando sem pressa, com o pé ainda meio sujo de areia, procurando um lugar para sentar, beber algo e jogar conversa fora.
- É essa a alma de Canoa. É um lugar que te oferece a imensidão da natureza durante o dia e, à noite, te convida para uma festa despretensiosa e cheia de charme. É uma atmosfera de liberdade, um convite para deixar a vida te levar, onde a única obrigação é ser feliz.
- Praia do Forte (Bahia): Tem lugares que são só praia. Lugares lindos, com sol e mar, mas que se resumem a isso. Praia do Forte, na Bahia, não é assim. É como se a praia fosse só o ponto de partida para uma experiência muito mais rica e completa, que te preenche de várias maneiras.
- Claro, o mar está ali, delicioso, formando na maré baixa aquelas piscinas naturais quentinhas e transparentes (as piscinas do Lord são um segredo bem guardado), perfeitas para a gente relaxar e esquecer da vida. Mas a poucos passos da areia, você encontra o coração pulsante da natureza local: a base principal do Projeto Tamar.
- Estar ali não é como visitar um aquário. É sentir a força da preservação. Ver de perto aquelas tartarugas gigantes, nadando com uma serenidade de quem já viu de tudo nessa vida, e aprender sobre a luta diária pela sobrevivência delas é algo que te toca, que te muda um pouco. Se você tiver a sorte de estar lá na época da soltura dos filhotes, prepare o coração. É impossível não se emocionar.
- E quando você acha que já entendeu o lugar, descobre que ele tem uma alma antiga. É só se afastar um pouco da praia, subir uma pequena colina, e você dá de cara com as imponentes ruínas do Castelo Garcia D’Ávila. É uma viagem no tempo. Tocar naquelas pedras do século XVI e imaginar toda a história que elas testemunharam, com o azul infinito do mar da Bahia lá no fundo, é de arrepiar.
- No fim do dia, toda essa natureza e história se encontram no conforto charmoso da Vila. A rua principal, fechada para carros, é um convite para caminhar sem pressa, com o pé ainda sujo de areia. É uma delícia passear por ali, olhando as lojinhas, sentindo o cheiro bom que vem dos restaurantes, ouvindo o som de um violão que toca em algum bar. É o que eu chamo de “sofisticação descalça”.
- É isso que faz da Praia do Forte um lugar tão especial. Num mesmo dia, você pode se emocionar com uma tartaruga, viajar séculos no passado e jantar em um lugar incrível. É um destino que alimenta o corpo, a mente e a alma, tudo no mesmo lugar, no ritmo gostoso que só a Bahia tem.
- Genipabu (Rio Grande do Norte): Esqueça tudo o que você sabe sobre um simples passeio de praia. Chegar em Genipabu é como ser transportado para um deserto em miniatura que decidiu nascer à beira-mar. De um lado, o azul do oceano; do outro, um mar de areias brancas e macias que se movem e respiram com o vento.
- E para desbravar esse cenário, seu veículo não é um carro comum. É o buggy.
- Lembro como se fosse hoje: a gente sobe naquele carro aberto, o sol já esquentando a pele, o cabelo começando a voar. O bugueiro se vira para trás, com aquele sorriso de quem sabe exatamente o que está por vir, e solta a pergunta que é o verdadeiro passaporte para a aventura:
- “E aí, o passeio vai ser… com ou sem emoção?”
- Deixa eu te dar um conselho de amigo: a menos que você tenha um motivo muito sério, a resposta é sempre “COM EMOÇÃO!”.
- E aí, meu amigo, é se segurar firme e gargalhar. O motor ronca, e o buggy acelera duna acima, parecendo que vai decolar rumo ao céu azul. Por um segundo, lá no topo, tudo fica em silêncio e você só vê a imensidão da areia. E então vem a descida. Aquele frio na barriga delicioso, os gritos que se misturam com risadas, o vento forte no rosto. É uma montanha-russa na natureza, onde os trilhos são desenhados pelo vento a cada dia.
- Mas a genialidade do passeio não é só a adrenalina. O bugueiro não é só um piloto; ele é o guardião daquele lugar. Ele para, te mostra as lagoas de água doce e cristalina que se formam no meio do nada, e te explica como aquela paisagem nunca é a mesma. Genipabu é isso. É a risada solta, o coração na boca e a sensação de liberdade total. Aquela pergunta é só o começo. A verdade é que, em Genipabu, é impossível sair de lá sem se sentir completamente vivo.

FAQ: Perguntas Frequentes sobre as Praias do Nordeste
Preparamos respostas para as dúvidas mais comuns de quem planeja uma viagem para o litoral nordestino.
1. Qual a praia mais bonita do Nordeste? Embora a beleza seja subjetiva, a Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, é a campeã de prêmios, sendo frequentemente eleita não apenas a mais bonita do Brasil, mas do mundo. Outras praias como a Praia do Espelho (BA), Praia dos Carneiros (PE) e a Praia do Patacho (AL) também figuram constantemente nas listas das mais deslumbrantes.
2. Qual a melhor época para viajar para o Nordeste? A melhor época para a maioria dos destinos nordestinos é o segundo semestre, especialmente entre setembro e dezembro. Nesse período, o tempo é mais seco e ensolarado na maior parte da região. A estação chuvosa costuma se concentrar entre abril e julho, mas isso pode variar um pouco de estado para estado.
3. Quais as praias do Nordeste com águas mais cristalinas? Para águas transparentes e ideais para mergulho, os destaques são Maragogi (AL), a Baía do Sancho (PE), as piscinas naturais de Porto de Galinhas (PE) e a Praia do Espelho (BA), especialmente durante a maré baixa.
4. Qual o destino mais barato no Nordeste? O custo de uma viagem pode variar muito, mas destinos como Canoa Quebrada (CE) e praias do litoral da Paraíba, como Coqueirinho, costumam oferecer opções mais acessíveis de hospedagem e alimentação em comparação com locais de alto luxo como Fernando de Noronha ou resorts exclusivos na Bahia e Alagoas.
5. Preciso alugar um carro para conhecer as praias do Nordeste? Depende muito do destino. Em vilas como Jericoacoara e Morro de São Paulo, carros não são permitidos ou necessários, e a vida acontece a pé. Em
Pipa, também é possível fazer quase tudo caminhando. Já para explorar roteiros mais extensos, como a Rota Ecológica dos Milagres em Alagoas, o litoral sul da Bahia ou as diversas praias do Ceará, ter um carro alugado oferece muito mais liberdade e flexibilidade.

Sou uma apaixonada por viagens. Meu objetivo com este blog é compartilhar minhas experiências de turismo no Brasil e também mundo afora, focando em destinos que oferecem conforto, cultura e aventura na medida certa pelo mundo!